I - FRANCISCO JOSÉ BORGES
Natural de São Caetano de Paraopeba, distrito de Queluz, atualmente cidade de Conselheiro Lafaiete, MG, Francisco José Borges é filho legítimo do açoriano Francisco Lourenço Borges e da mineira Ana Rosa de Jesus, nascida no Carandaí, batizada na Capela de N. Sra. da Glória, Prados, MG (2). Neto paterno dos açorianos Antonio Vieira de Andrade e Joana Antonia. Neto materno do português Alferes Bento José Pereira e Teresa Umbelina de Jesus, mineira de Prados, MG. (3)
Francisco foi batizado aos 9 de junho de 1806, na Capela de Santo Amaro, filial da Matriz de N. Sra. Conceição, hoje Queluzito; foram seus padrinhos o tio materno Domingos da Cunha Lopes e sua mulher Ana Joaquina Diniz. O Registro de Batismo de Francisco José Borges está guardado no Arquivo da Cúria Arquidiocesana de Mariana, como segue:
“Aos nove de junho do ano de
mil oitocentos e seis na Capela de Santo Amaro, filial desta Matriz de Nossa
Senhora da Conceição da Real Vila de Queluz, o Capelão da mesma Gregório João
da Cruz batizou e pôs os santos óleos a Francisco, párvulo, filho legítimo de
Francisco Lourenço Borges e Anna Rosa de Jesus. Foram padrinhos Domingos da
Cunha Lopes e sua mulher Anna Joaquina Diniz, todos desta Freguesia. Para
constar, fiz este assento que assino. O vigário Fortunato Gomes Carneiro.”
Em 1824, quando o pai morreu (4), Francisco tinha 18 anos. O jovem tropeiro vivia parte de sua vida na fazenda em Queluz e em outros momentos estava em viagem, conduzindo tropas e transportando gêneros para outras Províncias, principalmente para o Rio de Janeiro, pela estrada geral de Minas a Campos de Goitacazes.
Livro de registro de saída de gêneros de Barra do Pomba.
Memória sobre a economia extrativa da poaia – leste de Minas Gerais, de Márcio Xavier Correa.
Aos 23 anos, no dia 05 de julho de 1829, o encontramos passando pela Barra do Pomba com destino à Vila de São Salvador, em Campos dos Goitacazes, levando um carregamento de 25 arrobas de toucinho. No dia 04 de setembro do mesmo ano faz nova viagem à Vila de São Salvador, levando desta vez uma carga de 15 arrobas de toucinho. (5)
Chama atenção o fato de encontrarmos na mesma época e trajeto, transportando cargas em tropas, Miguel Correia Leite (15.08.1825, 40 arrobas de toucinho para a Vila de São Salvador) e Francisco Teixeira de Siqueira (11.07.1826, 48 cabeças de gado e 10 arrobas de toucinho para a Vila de São Salvador), cujos filhos, Antonio Joaquim Leite e Antonio Teixeira de Siqueira, se tornariam genros de Francisco. É possível que nesse período, em suas andanças, já conhecessem os caminhos que cortavam o Vale do Itabapoana, para onde muitos da região de Pomba se estabeleceriam mais tarde.
II - 1º CASAMENTO - FRANCISCO JOSÉ BORGES E GERTRUDES JOAQUINA DA SILVA
Capela N. Sra. da Lapa de Olhos D'Água, onde Gertrudes foi batizada e se casou com Francisco José Borges. Foto Emerson Resende. Panoramio.
FRANCISCO JOSÉ BORGES casou no dia 16 de outubro de 1826 na Ermida das Dores de Aplicação dos Olhos d’Água, Queluz, MG, com GERTRUDES JOAQUINA DA SILVA, 16 anos, sendo celebrante o Padre Gonçalo Ferreira da Fonseca, proprietário da Fazenda Olhos D’Água, e responsável pela Capela onde se realizou o casamento; foram testemunhas
Domingos da Cunha Lopes e Silvério José Pereira.
Registro de casamento de Francisco José Borges e Gertrudes Joaquina da Silva.
Fonte: Registros paroquiais de Conselheiro Lafaiete, disponível em familysearch.com.
"Aos dezesseis de outubro de mil oitocentos e
vinte e seis na Ermida das Dores de Aplicação dos Olhos d’Água com provisão do
Juízo Eclesiástico de São João, feitas as denunciações canônicas com licença
minha, o Padre Gonçalo Ferreira da Fonseca assistiu e administrou o sacramento
do matrimônio e conferiu as bênçãos nupciais na forma do ritual romano aos
contraentes Francisco José Borges, filho legítimo de Francisco Lourenço Borges
e Anna Rosa de Jesus, e Dona Gertrudes Joaquina da Silva, filha legítima do Capitão
José Ferreira de Souza e Dona Vicência Joaquina da Silva, naturais batizados e
moradores nesta freguesia de Queluz..."
Sua esposa, GERTRUDES JOAQUINA DA SILVA, homônima de sua avó materna, nasceu na Aplicação de Santo Amaro e foi batizada na Aplicação dos Olhos D’Água (6), filha do Cap. José Ferreira de Souza e Vicência Joaquina da Silva. Neta paterna de Francisco José Ferreira de Souza e Antonia Rita de Jesus Xavier, irmã caçula de Tiradentes; Neta materna do Cap. André Rodrigues Chaves e Gertrudes Joaquina da Silva. (7)
Censo de São Caetano de Paraopeba, 1831. Arquivo Público Mineiro.
FRANCISCO e GERTRUDES residiam em São Caetano de Paraopeba, MG, distrito de Queluz, MG, onde foram recenseados, em 1831: Francisco com 25 anos, branco, agricultor, ao lado sua mulher Gertrudes, branca, 21 anos. Com eles estavam duas filhas menores, Maria Joaquina, então com 3 anos, e Vicência Joaquina, com apenas 1 ano.
Nesse período, encontramos uma nota publicada no jornal O Universal, 28.10.1833, em que Francisco José Borges e muitos “amigos da Monarquia Constitucional, felizes pela recuperação do jovem Imperador...” mandam celebrar missa quando o jovem Imperador Pedro II, se restabeleceu após período de doença, publicando anúncio no jornal O Universal manifestando “o prazer que tiveram, logo que se soube com certeza, pelo Correio extraordinário, que a vida do jovem Monarca estava salva dos perigos que correra. Em consequência, pois, de uma tal notícia, os membros da Sociedade Promotora, aqui residentes, de acordo com alguns outros cidadãos, determinaram celebrar um Te Deum em ação de graças".
Assinam a publicação, dentre outros: o Tte. João Bento Pereira, José Antonio da Silva Rezende, Joaquim Tavares Diniz, o Furriel Luiz da Cunha Magalhães, Luis da Cunha Lobo, João Crisóstomo de Magalhães, Antonio Luis da Cunha, Manoel Rodrigues de Oliveira, Tent. João Lourenço Borges, Joaquim Antonio Pereira Caxeta, Cap. Luiz José da Cunha, João José Teixeira, Cap. Bento Lopes de Faria, Alferes Jacob Lopes de Faria.
Francisco José Borges: anúncio no jornal O Universal. 28.10.1833
III - DE QUELUZ PARA O ESPÍRITO SANTO DO POMBA, MG
Vila da Pomba. Pintura de Hermann Burmeister.
No início da década de 1840 vamos encontrar Francisco assentado na região do Pomba, MG. Seu nome é citado como "morador no Pomba", na Relação de Assinantes do livro "História da Revolução de Minas Gerais em 1842", publicado por Bernardo Xavier Pinto de Souza.
Francisco residia em Pomba em 1842, pois foi um dos assinantes do livro "História da Revolução Mineira em 1842", de Bernardo Xavier Pinto de Souza.
Cemitério, distrito de São Manoel do Pomba, MG: local onde se fixou Francisco José Borges
na década de 1840.
O local onde Francisco José Borges fixou residência era então denominado “Cemitério”, depois “Divino Espírito Santo do Cemitério” e “Divino Espírito Santo”, pertencente à vila de São Manoel do Pomba, MG, atualmente a cidade de Guarani, na Zona da Mata mineira.
No livro “Município de Guarani – Esboço Histórico e Cronológico”, escrito por Pedro de Abreu, consta que no “Cemitério”, em 1840, "já havia fazendeiros convivendo com índios catequizados e de boa índole, trabalhando juntos no plantio de cereais e frutas." (8)
Ainda segundo Pedro de Abreu, Francisco José Borges era um dos “Irmãos Devotos” da Irmandade do Divino Espírito Santo, em 26.08.1849 que assinaram a Ata de fundação da primeira Capela:
Francisco José Borges assinou a ata de fundação da Capela do Divino Espírito Santo, em 1849. Fonte:“Município de Guarani – Esboço Histórico e Cronológico”, de Pedro de Abreu.
"Aos 26 dias do
mês de agosto do ano de 1849, neste território denominado 'Cemitério', reunidos
os Devotos do Divino Espírito Santo abaixo assinados para o fim de
providenciar-se sobre alguns arranjos precisos para o progresso da Capela,
compra de alfaias e mais utensílios.
Propôs o devoto
Luciano Coelho de Oliveira que sendo necessário o dispêndio de grande soma
pecuniária para ocorrer a esta despesa julgava indispensável que o terreno da
capela designado para patrimônio fosse aforado e repartido pelos Devotos que
quisessem, sujeitando-se os mesmos ao pagamento anual...”(...)
“E para constar se
lavrou esta ata que vai assinada pelos Mesários e Irmãos Devotos depois de lida
por mim Joaquim Teixeira de Oliveira, secretário que a subscrevi e
assino.
Luciano Coelho de
Oliveira, Joaquim Pires Mundim, Silvério José de Almeida Ramos, Laureano José
Coutinho, Padre Carlos José Pereira de Andrade, Francisco Venancio de Almeida,
Antonio Vieira de Souza, José Vicente Pires de Almeida, FRANCISCO
JOSÉ BORGES, Manoel Carvalho de Oliveira, Joaquim Laureano José
Coutinho, Domingos Mendes Peixoto, Manoel de Moraes Sarmento, Manoel Antonio
Pimentel, Francisco do Couto Pereira, Zeferino José Ramos de Almeida."
(grifo nosso)
É importante destacar que entre os assinantes da Ata do dia 26.08.1849, consta o nome de Francisco do Couto Pereira (8), que mais tarde viria se fixar em Bom Jesus do Itabapoana, RJ, assim como os de alguns familiares de Manoel Rodrigues Costa, Jacinto Pereira da Silva, Joaquim Teixeira de Oliveira, Francisco Venâncio de Almeida e Zeferino José Ramos de Almeida, que também migraram para nossa região.
Livro “Município de Guarani: Esboço Histórico e Cronológico”, de Pedro de Abreu, 1991.
No mesmo livro, o autor transcreve o art.1º da Lei 663, datado de 1914, em que Francisco José Borges é citado como proprietário da Fazenda Sant’Ana, nos limites entre Guarani e Pomba, como segue:
“Art. 1º - A divisa entre os municípios de
Guarani e Pomba é fixada da seguinte maneira: partindo das divisas do Rio Novo,
na cabeceira do Ribeirão Torneiros, do Guarani (...) daí sobe-se à esquerda em
direção ao alto; acompanha-se a linha divisória das águas do dito ribeirão do
Passa-Cinco com as do ribeirão do Passa-Cinco do Meio até o espigão divisor do
dito Passa-Cinco com as do Rio Formoso; segue-se pelos altos da linha divisória
das águas dos referidos Passa-Cinco e Formoso até o Rio Pomba; daí desce-se o
Rio Pomba até a embocadura do ribeirão da Boa Vista, à sua esquerda; sobe-se
até defrontar o espigão existente entre as fazendas de SANT’ANA, antiga de FRANCISCO
JOSÉ BORGES, do Guarani, hoje propriedade de Francisco Furtado de
Mendonça, e a fazenda do Acaba-Saco, de Emídio Alves Vieira, de Piraúba.” (grifo nosso)
Em sua Fazenda Sant'Ana, Francisco José Borges cultivava milho, arroz, feijão e café, e se dedicava à criação de porcos e um pouco de gado.
IV - A MORTE DE GERTRUDES JOAQUINA DA SILVA
Inventário de bens de Gertrudes Joaquina da Silva. Coarpe - TJMG.
GERTRUDES JOAQUINA DA SILVA faleceu em 28 de maio de 1854 aos 44 anos, na Fazenda do Ribeirão de Sant’Ana, distrito do Cemitério, com testamento ditado em 14.12.1853. Nele declarou ser filha legítima de José Ferreira de Souza e Vicência Joaquina da Silva, nascida na Aplicação de Santo Amaro e batizada na Aplicação dos Olhos D’Água, moradora na Fazenda do Ribeirão de Sant’Ana, distrito de Cemitério; pertencer à Ordem Terceira de São Francisco, na cidade de Mariana; estar “gravemente enferma” e em “juízo perfeito”, determinando que seriam herdeiras de sua terça as sete filhas solteiras e que elas receberiam o que lhes tocar quando “estiverem para tomar estado”, ou quando seu marido julgasse conveniente. (9)
Certidão do testamento constante do Inventário de bens de Gertrudes Joaquina da Silva, pág 21. 1856. Coarpe - TJMG.
A seguir, o testamento de
Gertrudes:
(...)
sou filha legítima de José Ferreira de Souza e Vicência Joaquina da Silva,
nascida na Aplicação de Santo Amaro e batizada nos Olhos D’Água. Declaro que
sou casada com Francisco José Borges e desse matrimônio temos filhos. Declaro
por meus testamenteiros, em primeiro lugar a meu genro Antonio Teixeira de
Siqueira e em terceiro lugar a meu genro Francisco Theodoro de Oliveira, e
deixo de prêmio ao que aceitar este meu testamento a quantia de cem mil reis, e
o tempo de três anos para prestar contas em juízo.
Declaro
que sou indigna irmã da Confraria de São Francisco, da Cidade de Mariana, e o
meu testamenteiro pagará o que devo de entrada e remissão. Declaro que meu
enterro será feito à disposição do meu testamenteiro, e assistirão ao meu
enterro o meu Pároco e os Padres que se acharem, e darão Missas de corpo
presente, e mais um oitavário cada um.
Declaro
que feitas as minhas disposições, serão minhas herdeiras do restante da minha
terça as minhas sete filhas solteiras, e estas receberão o que lhes tocar
quando estiverem para tomarem estado, ou quando meu marido julgar conveniente,
pois é esta a minha vontade, e peço as justiças do Império queiram dar por fim
este meu testamento e disposição da minha vontade, e pedi ao Vigário José
Ignacio da Silveira que por mim este escrevesse, sendo por mim dirigido, e por
mim assinasse. Ribeirão de Santa Ana, 14 de dezembro de 1853. A rogo da
testadora Gertrudes Joaquina da Silva, o Vigário José Ignacio da Silveira (10).
O Inventário dos bens deixados por Gertrudes Joaquina da Silva foi aberto em 01.09.1854, na Vila de São Manoel do Pomba, onde se encontra seu testamento. Como herdeiros estão relacionados os seguintes filhos: Maria Joaquina da Silva, casada com Antonio Teixeira de Siqueira, Vicência Joaquina da Silva, casada com Antonio Joaquim Leite, Pedro José Borges, solteiro, 22 anos, Ana Joaquina da Silva, casada com Francisco Theodoro de Oliveira, Antonia Joaquina da Silva, casada com Antonio Pereira de Azevedo, Maria das Dores Joaquina da Silva, casada com Joaquim José Pimentel, Valentina Joaquina da Silva, casada com José Camilo Ferreira de Souza, Feliciana Joaquina da Silva, 14 anos, Mafalda Joaquina da Silva, 12 anos, Antonio José Borges, 11 anos, Messias Joaquina da Silva, 10 anos, Verônica Joaquina da Silva, 9 anos, Maria Rita, uma ano de idade, falecida depois da morte da mãe.
Entre outros bens, estão relacionados uma casa na Fazenda do Ribeirão de Sant’Ana, no distrito do Divino Espírito Santo, uma casa na Vila de São Manoel do Pomba, 210 alqueires de terras, 5 mil pés de café, 180 arrobas de café, 100 alqueires de feijão, 26 escravizados, 20 carros de milho, 70 alqueires de arroz, 223 porcos, 16 cavalos, 9 bestas e 38 cabeças de gado; aparecem também crucifixos e rosários de ouro, colheres e garfos de prata. O total dos bens avaliados em 35:561$446. (11)
V - OS FILHOS DE FRANCISCO JOSÉ BORGES e GERTRUDES JOAQUINA DA SILVA
FRANCISCO e GERTRUDES tiveram treze filhos, relacionados no Inventário de Gertrudes, encontrado no Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana. Além deles, encontramos o batismo de Francisco, provavelmente o primeiro filho do casal, sem informações, pode ter falecido criança.
1. FRANCISCO
2. MARIA JOAQUINA DA SILVA casada com ANTONIO TEIXEIRA DE SIQUEIRA
3. VICENCIA JOAQUINA DA SILVA casada com ANTONIO JOAQUIM LEITE
4. PEDRO JOSÉ BORGES casado com MARIA ROSA DE NAZARETH
5. ANA JOAQUINA DA SILVA casada com FRANCISCO THEODORO DE OLIVEIRA
6. ANTONIA JOAQUINA DA SILVA casada com ANTONIO PEREIRA DE AZEVEDO
7. MARIA DAS DORES JOAQUINA DA SILVA casada com JOAQUIM JOSÉ PIMENTEL
8. VALENTINA JOAQUINA DA SILVA casada com JOSÉ CAMILO FERREIRA DE SOUZA
9. FELICIANA JOAQUINA DA SILVA casada com ÂNGELO JOSÉ SOBREIRO
10. MAFALDA JOAQUINA DA SILVA casada com ANTONIO HERMÓGENES FERREIRA DE SOUZA
11. ANTONIO JOSÉ BORGES casado com BÁRBARA ROSA TEIXEIRA
12. MESSIAS JOAQUINA DA SILVA casada com ANTONIO RODRIGUES DE SOUZA
13. VERONICA JOAQUINA DA SILVA casada com GERVASIO RODRIGUES DE SOUZA
14. MARIA RITA, um ano de idade em 1854, falecida depois da morte da mãe.
VI - 2º CASAMENTO - FRANCISCO JOSÉ BORGES E ANA ROSA TEIXEIRA
FRANCISCO JOSÉ BORGES, após a morte da primeira esposa, casou pela segunda vez com ANA ROSA TEIXEIRA, viúva de Antonio Pinto Ribeiro, que teve cinco filhos com o primeiro marido: Bárbara Borges Ribeiro, Maria de Nazareth Teixeira, Antonio Pinto Ribeiro, Ana Rosa Teixeira e Felicíssima Teixeira. ANA ROSA TEIXEIRA era filha de Francisco Teixeira de Siqueira e de sua mulher Felicíssima Rosa d’Oliveira, moradores no Ribeirão do Tejuco, Vila de São Manoel do Pomba, MG. Neta paterna de Antonio Teixeira de Siqueira e Maria Angélica de Almeida. Neta materna de Domingos de Magalhães Pereira e Rosa Maria de Oliveira.
Não temos a data do casamento. Como a data da morte de Gertrudes foi em 28.05.1854 e o primeiro filho do casal foi batizado em 06.05.1855, o casamento pode ter ocorrido entre junho e agosto de 1854. Ana Rosa era cunhada de Maria Joaquina, filha de Francisco, o que deve ter favorecido a rápida união entre os viúvos Francisco e Ana Rosa, reforçando ainda mais o entrelaçamento das famílias Borges e Teixeira.
Em 1856 Francisco José Borges registra 140 alqueires de terras em comum com seus filhos, e também 50 alqueires dos filhos órfãos, no Distrito do Divino Espírito Santo, termo da Vila da Pomba. As terras têm como confrontantes seu genro Antonio Joaquim Leite, Miguel Correia Leite, Antonio Joaquim Ferreira, José Ferreira, Joaquim Antonio da Motta, José Rodrigues Condé e José Luiz Miranda. (12)
Registro Paroquial de terras em São Manoel de Pomba, MG. Arquivo Público Mineiro.
"Eu, abaixo
assinado Francisco José Borges, sou senhor e possuidor de uma porção de terras
de cultura em comum com meus filhos,
que levam de planta de milho cento e
quarenta alqueires mais ou menos e assim mais cinquenta alqueires de meus filhos
órfãos, sita no largo de Santa Ana, Distrito do Divino Espírito Santo, termo da
Vila da Pomba, cujo terreno confronta com Antonio Joaquim Leite, Miguel Correia
Leite, Antonio Joaquim Ferreira, José Ferreira e Maria Ferreira, e Joaquim
Antonio da Motta, José Rodrigues Condé, e D. Ana
Maria de Jesus, e José Luiz Miranda, assim mais sete alqueires mais
ou menos a Fazenda de D. Ana Maria de Jesus, que confronta com José Rodrigues
Condé, Felisberto Pinto Barbosa e José Pinto Barbosa e D. Joana Lopes e José
Luiz de Miranda. E para constar passo este em duplicata por mim feito e
assinado. Córrego de Santa Ana, vinte e três de Fevereiro de 1856. Francisco
José Borges. (10)
Na mesma data, como tutor dos filhos menores do primeiro marido de Ana Rosa, Francisco registra 15 alqueires de terras no Ribeirão de São Manoel, distrito do termo da Vila da Pomba.
“Eu abaixo assinado, sendo tutor dos filhos do finado Antonio
Pinto Ribeiro, (...) e bem assim uma porção de terras de cultura que levam de
planta de milho 15 alqueires mais ou menos, sitas no Ribeirão de S. Manoel,
distrito do termo da Vila da Pomba." E
para constar passo este em duplicata por mim feito e assinado. Córrego de Santa
Ana, vinte e três de Fevereiro de 1856.Francisco José Borges.
No dia 26 de janeiro de 1859 Francisco José Borges e seus cunhados João, Custódio, Joaquim, Felisberto e Francisco Teixeira de Siqueira e outros cidadãos, inconformados com a transferência do médico Francisco de Paula Alvarenga, de Pomba para Mar de Espanha, fazem uma representação pedindo para que ele permaneça no local, publicada em 23.02.1859 no Jornal do Comércio (RJ).
Francisco José Borges: pedido para que o médico Dr. Francisco de Paula Alvarenga permaneça em Pomba. 23.02.1859. Jornal do Comércio.
FRANCISCO JOSÉ BORGES decide migrar para a Província do Rio de Janeiro. Que motivos teriam levado Francisco a decidir partir de Minas Gerais e fixar-se no Vale do Itabapoana? As terras férteis para produção de café já haviam levado muitas famílias mineiras a se estabelecer na região. Duas de suas filhas com Gertrudes Joaquina da Silva se encontravam no local: Maria Joaquina da Silva, casada com Antonio Teixeira de Siqueira (16) e Ana Joaquina da Silva, casada com Francisco Theodoro de Oliveira. (17) Além disso, Francisco Teixeira de Siqueira, pai de Ana Rosa, possuía terras na região que, após o seu falecimento, em São Manoel do Pomba, foram transmitidas aos seus filhos. Compradas do Alferes Francisco da Silva Pinto, as terras ainda estavam sendo pagas, sendo descritas assim na relação de bens do Inventário: